João Pessoa, a simpática capital da Paraíba, apresenta uma feliz combinação de praias bacanas, atrações históricas e boas compras — com preços mais baixos do que outras capitais litorâneas.
Durante a noite, o enorme calçadão entre as praias de Cabo Branco, Tambaú e Manaíra ferve de gente praticando esportes, passeando ou bebericando em uma das barracas com música ao vivo.
Durante a noite, o enorme calçadão entre as praias de Cabo Branco, Tambaú e Manaíra ferve de gente praticando esportes, passeando ou bebericando em uma das barracas com música ao vivo.
A cidade de João Pessoa (PB) no horizonte, emoldurada pelo mar de diferentes tonalidades de azul (Creative commons/Flickr/Otávio Nogueira)
Um programa imperdível em João Pessoa (PB) é assistir ao pôr do sol na Praia do Jacaré ao som de Bolero de Ravel, saindo do sax de José Jurandir Félix, o Jurandy do Sax. Todo santo dia ele se despede do sol em sua canoa sobre o Rio Paraíba (Ruy Carvalho/Wikimedia commons)
Os pontos mais preservados da orla ficam afastados do Centro, ao norte e ao sul — vale a pena pegar o carro ou fazer um passeio para conhecê-los. Pérola do barroco brasileiro, o Centro Cultural São Francisco encanta quem gosta de arte sacra. Para prazeres menos espirituais, a deliciosa culinária local está fartamente representada no estrelado Mangai, que tem uma centena de receitas regionais em seu bufê de comida típica.
João Pessoa (PB) tem belas praias urbanas e um centro histórico muito simpático (Creative commons/Flickr/Otávio Nogueira)
Centro Histórico de João Pessoa. A terceira capital mais antiga do país tem construções preservadas do século 16 (Zé Marques)
COMO CHEGAR
O Aeroporto Internacional Castro Pinto, que fica no município de Bayeux (a 14 km do Centro de João Pessoa e a 25 km da orla), recebe voos das principais capitais brasileiras. Até a Praia do Tambaú, a corrida de táxi custa por volta de R$ 85.
Para quem vai sozinho, a melhor opção é o traslado oferecido pelo Luck Receptivo (83/3219-8815, R$ 38 por pessoa); a Cliotur (83/3247-4460) tem bons produtos para grupos com mais de quatro pessoas.
Para quem vai sozinho, a melhor opção é o traslado oferecido pelo Luck Receptivo (83/3219-8815, R$ 38 por pessoa); a Cliotur (83/3247-4460) tem bons produtos para grupos com mais de quatro pessoas.
A 22 quilômetros de João Pessoa, em Conde (PB), fica a Praia Tambaba, a primeira de nudismo do nordeste. A faixa de areia é cercada de falésias, restinga e coqueiros (Hans Von Manteuffel)
Com construções do século 16 ao 19, o Centro Histórico de João Pessoa pode ser conhecido a pé e em uma tarde. Entre as atrações há o Theatro Santa Roza (1889), um dos mais antigos do país (Hans Von Manteuffel)
A rodoviária de João Pessoa fica próxima ao Centro e logo em frente há um terminal de integração, com ônibus para toda a cidade. As linhas 510 e 513 da empresa Transnacional fazem o trajeto a pouco mais de R$ 2 — o percurso de táxi até a orla sai em média por R$ 25. Para quem viaja de carro e vem do sul, a BR-101 é o caminho natural — há trechos cansativos, mas na Paraíba a rodovia já está inteiramente duplicada.
A Praia do Seixas é a preferida dos moradores de João Pessoa, com mar calmo e bom número de barracas (Hans Von Manteuffel)
Durante um passeio pelo Centro Histórico de João Pessoa, terceira cidade mais antiga do país, é possível ver um casario colonial tombado pelo Patrimônio Histórico e construções dos séculos 19 e 20 (Hans Von Manteuffel)
COMO CIRCULAR
É muito fácil se deslocar na cidade. As principais atrações — a Orla e o Centro Histórico — são ligadas pela Avenida Epitácio Pessoa. Para as praias mais distantes, como Tambaba e Coqueirinho, ao sul, pegue a PB-008 — asfaltada até Tambaba.
Ao norte, a BR-230 vai até o município de Cabedelo. Para as praias mais ao norte do estado, como a Barra de Mamanguape, é preciso seguir pela BR-101.
Ao norte, a BR-230 vai até o município de Cabedelo. Para as praias mais ao norte do estado, como a Barra de Mamanguape, é preciso seguir pela BR-101.
Igreja e Convento Santo Antônio fazem parte do Centro Cultural São Francisco, uma das atrações do Centro Histórico de João Pessoa (Ricardo Freire)
Estação Cabo Branco de Ciência, Cultura e Artes, projetada por Oscar Niemeyer (Fernando-da-Veiga-Pessoa/Flickr/Creative-Commons)
ONDE FICAR
Os principais hotéis se concentram na orla urbana de Cabo Branco, Tambaú e Manaíra — nestas praias também fica a maioria das atrações. As tarifas da cidade estão abaixo da média praticada no litoral nordestino
— aqui você consegue reservar hospedagens confortáveis e de boa localização por menos de R$ 250 o casal.
— aqui você consegue reservar hospedagens confortáveis e de boa localização por menos de R$ 250 o casal.
Uma placa no Farol do Cabo Branco (perto da Estação Cabo Branco de Ciência, Cultura e Artes) indica que este é o ponto mais oriental das Américas. Do alto de seus 40 metros também é possível tirar boas fotos (Eduardo Queiroga)
Na Praia Tambaú, o mar é calmo e a areia e os quiosques lotam em dias quentes (Hans Von Manteuffel)
ONDE COMER
É quase impossível pedir uma indicação na cidade e não ouvir “Mangai” como resposta. Famosa pelo bufê extenso, o único estabelecimento estrelado pelo GUIA QUATRO RODAS BRASIL na cidade, fica em Manaíra. O bairro concentra outras boas opções, como o Nau, de pescados, e o francês Degustar.
Ouvir um saxofonista tocar o Bolero, de Ravel, durante o pôr do sol é um programa clássico da Praia do Jacaré. O músico aparece em um barco no Rio Paraíba, e o ritual dura 15 minutos (Hans Von Manteuffel)
Comida típica
Cozinha sertaneja – O sertanejo é, antes de tudo, um apreciador de comida forte. Por lá, é regra acordar cedo e trabalhar muito. Assim, a culinária só poderia ser vigorosa e calórica. O cardápio inclui carne de sol, feijão-verde, galinha caipira, arroz de leite, feijão-de-corda, buchada de bode, baião de dois, paçoca (carne de sol assada e desfiada, socada no pilão com farinha), sarapatel (refogado de miúdos de porco ou de bode) e rubacão feijão, arroz, charque, queijo e legumes).
Para a sobremesa, uma caprichada alquimia de doces, como a pamonha, a tapioca, o queijo coalho assado com mel de engenho (caldo de cana cozido) e a coalhada com rapadura e alfenin (massa clara feita com mel de engenho).
A visita ao Centro Cultural São Francisco pode ser guiada e começa no antigo claustro e segue pela igreja principal, com azulejos portugueses e pisos e móveis do século 18 (Ricardo Freire)
QUANDO IR
A temperatura média na cidade é alta o ano todo, mas, entre março e agosto, época das chuvas, as médias caem um pouco. De março a novembro, os hotéis têm bom custo-benefício. Vale a pena acordar cedo — aqui, o sol nasce antes das 5 horas.
Da Praia Tambaú saem os passeios para o Picãozinho, a 2 km da costa, onde há recifes, corais e piscinas naturais que aparecem na maré baixa (Hans Von Manteuffel)
SUGESTÃO DE ROTEIROS
1 dia – com apenas um dia em João Pessoa, concentre seu tempo na simpática orla. Aproveite o sol em Bessa, considerada pelos moradores a mais bela praia da área urbana, e à tarde visite o Mercado de Artesanato Paraibano (MAP), onde predominam as peças em algodão colorido. À noite, caminhe ou beberique em algum dos quiosques com música ao vivo espalhados pelo calçadão de Tambaú e Cabo Branco.
Recifes protegem a praia da orla de João Pessoa (Thinkstock)
3 dias – Não deixe de fazer o programa mais clássico da cidade: o pôr do sol na Praia do Jacaré ao som de Bolero, de Ravel, saindo do sax de José Jurandir Félix, o Jurandy do Sax. Todo santo dia ele se despede do sol em sua canoa sobre o Rio Paraíba. Vale a pena dedicar um dia para conhecer o Centro Histórico da cidade, onde fica o Centro Cultural São Francisco, considerado um dos mais belos exemplos do barroco brasileiro.
Inaugurada em 2008, com as inconfundíveis curvas de Oscar Niemeyer, a Estação Cabo Branco merece uma visita — o mais novo cartão-postal da cidade tem também exposições permanentes e permanentes.
Inaugurada em 2008, com as inconfundíveis curvas de Oscar Niemeyer, a Estação Cabo Branco merece uma visita — o mais novo cartão-postal da cidade tem também exposições permanentes e permanentes.
Mar calmo e de cor clara atrai famílias para a orla da cidade (Thinkstock)
5 dias – É tempo de sobra para pegar a estrada em direção a Conde e conhecer o bonito e pouco explorado litoral sul da Paraíba, com destaque para Coqueirinho e Tambaba (primeira praia de nudismo do Nordeste). Se quiser ainda mais sossego, dê um pulo em Barra do Mamanguape (sede do projeto peixe-boi marinho). Ali, o mar encontra o rio Mamaguape, num dos pontos mais belos da costa.
Uma das atrações da praia de Tambaú, em João Pessoa, é o mergulho no recife de Picãozinho (Allan T. de Souza Allants/Wikimedia commons)
População: 723.514 hab
DDD: 83
Estado: Paraíba
Distância de outras cidades: Campina Grande 135 km, Recife 136 km, Natal 184 km
Praça dos Três Poderes, no centro de João Pessoa, Paraíba (Delma Paz/Flickr/creative commons)
Dados gerais da cidade de João Pessoa, Paraíba
Código do Município - 2507507
Gentílico - pessoense
Prefeito – 2017 / LUCIANO CARTAXO PIRES DE SÁ
População estimada [2018] 800.323 pessoas
População no último censo [2010] 723.515 pessoas
Densidade demográfica [2010] 3.421,28 hab/km²
Salário médio mensal dos trabalhadores formais [2016] 2,6 salários mínimos
Pessoal ocupado [2016] 300.491 pessoas
População ocupada [2016] 37,5 %
Posição geográfica da cidade de João Pessoa no estado da Paraíba
Histórico da cidade de João Pessoa, Paraíba
João Pessoa, PB
História
É controvertido o significado do topônimo dado ao rio Paraíba. Para Elias Erckman, Paraíba significa rio mau, porto ruim, ou mar corrompido. Varnhagen também indica a tradução de rio mau e Teodoro Sampaio, a de rio impraticável.
Segundo Coriolano de Medeiros, porém, o significado exato seria braço de mar, pois os primeiros geógrafos que estudaram o rio tomaram-no por um braço de mar, sendo provável, assim, que o gentio da terra como tal o tivesse considerado, dando-lhe o nome com a precisão com que batizavam os acidentes do terreno. Toda a região do São Domingos (primeiro nome dado ao Paraíba) era habitada por índios, estes influenciados pelos traficantes franceses de pau-brasil, interessados em conservá-los hostis a exploradores de outras nacionalidades.
Assim é que, em 1574, foram os índios levados a tomar parte no ataque ao engenho de Diogo Dias, em terras da Capitania de Itamaracá no qual se verificou grande morticínio de brancos. Desde essa época, sucederam-se tentativas de colonização, pois o Rei de Portugal temia que os franceses ali se estabelecessem definitivamente. Foram construídos fortes na foz do rio e em terra travaram-se diversas batalhas, de resultados contrários aos portugueses.
Segundo Coriolano de Medeiros, porém, o significado exato seria braço de mar, pois os primeiros geógrafos que estudaram o rio tomaram-no por um braço de mar, sendo provável, assim, que o gentio da terra como tal o tivesse considerado, dando-lhe o nome com a precisão com que batizavam os acidentes do terreno. Toda a região do São Domingos (primeiro nome dado ao Paraíba) era habitada por índios, estes influenciados pelos traficantes franceses de pau-brasil, interessados em conservá-los hostis a exploradores de outras nacionalidades.
Assim é que, em 1574, foram os índios levados a tomar parte no ataque ao engenho de Diogo Dias, em terras da Capitania de Itamaracá no qual se verificou grande morticínio de brancos. Desde essa época, sucederam-se tentativas de colonização, pois o Rei de Portugal temia que os franceses ali se estabelecessem definitivamente. Foram construídos fortes na foz do rio e em terra travaram-se diversas batalhas, de resultados contrários aos portugueses.
Em março de 1585, chegava à Paraíba Martim Leitão, Ouvidor Geral da Bahia, chefiando uma expedição que deveria restaurar os fortins da barra e desalojar os franceses de diversas posições.
Em 2 de agosto do mesmo ano, nova tentativa, chefiada pelo Capitão João Tavares, que se aproveitou das desinteligências surgidas entre as duas tribos que habitavam as margens do Paraíba e rios próximos, conseguindo insinuar-se entre os Tabajaras e firmar um pacto de amizade com o seu morubixaba o índio Piragibe. O acordo verificou-se no dia 5, numa colina à direita do rio Sanhauá, pequeno afluente do Paraíba. É nesse local que hoje se situa a cidade de João Pessoa.
Em 2 de agosto do mesmo ano, nova tentativa, chefiada pelo Capitão João Tavares, que se aproveitou das desinteligências surgidas entre as duas tribos que habitavam as margens do Paraíba e rios próximos, conseguindo insinuar-se entre os Tabajaras e firmar um pacto de amizade com o seu morubixaba o índio Piragibe. O acordo verificou-se no dia 5, numa colina à direita do rio Sanhauá, pequeno afluente do Paraíba. É nesse local que hoje se situa a cidade de João Pessoa.
Em homenagem ao santo do dia, o lugar tomou o nome de Nossa Senhora das Neves, até hoje padroeira da cidade.
Em honra ao rei da Espanha, que dominava Portugal, a cidade recebeu o nome de Felipéia.
Em honra ao rei da Espanha, que dominava Portugal, a cidade recebeu o nome de Felipéia.
Em novembro do mesmo ano, chegavam várias famílias, levadas pelo Ouvidor-Geral Martim Leitão, que providenciou também a construção de fortes, igrejas e casas de moradia.
As lutas com os índios prosseguiram ainda durante anos, ora contra os Tapuias, que viviam no interior, ora contra os Potiguares, que habitavam o norte.
Rio Jaguaribe
Desenvolveu-se lentamente a cidade, aonde depois veio a radicar-se Duarte Gomes da Silveira, companheiro de Martim Leitão, numa de suas expedições. A fim de estimular o progresso da cidade, instituiu prêmios para recompensar os habitantes que levantassem casas de moradia tendo fundado (a 6 de dezembro de 1639) o Morgado Salvador do Mundo, como patrimônio da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba.
A 24 de dezembro de 1634 foi a cidade ocupada pelos holandeses, depois de ataques aos fortins da barra, defendidos pelas tropas aquarteladas em Cabedelo. Contava Felipéia 1.500 habitantes e em suas imediações funcionavam 18 engenhos de açúcar. Com a aproximação das forças batavas, o povo abandonou a cidade, depois de incendiar os prédios mais importantes. Comandados pelo Coronel Segismund Von Schkoppe, 2.500 homens invadiram a cidade, que tomou o nome de Frederikstadt.
Manaíra Shopping
O povo paraibano não se sujeitou ao jugo estrangeiro e seu espírito de resistência teve como símbolo a figura de André Vidal de Negreiros, organizador do movimento de reação. E em 1654, vencidos os invasores e obrigados a retirada para o seu país, tomou posse do cargo de governador João Fernandes Vieira.
A capital chamou-se Paraíba do Norte até 4 de setembro de 1930, quando teve seu nome mudado para João Pessoa, em homenagem ao Presidente do Estado, assassinado no Recife, em plena campanha política. Sua morte foi uma das causas imediatas da Revolução de 3 de outubro daquele ano.
Bandeira da cidade de João Pessoa, Paraíba
Este eh o brasão da cidade de João Pessoa, Paraíba
Fonte: viagemeturismo.abril.com.br / Wikipédia / Thymonthy Becker
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